Christophe Correia é o Fundador da pagina Undreground Voice
Olá
Christophe Correia quero desde já agradecer a disponibilidade para dar esta entrevista.
Som do Rock - Para começar gostava que nos contasses quem é o Christophe Correia.
Obrigado eu, é uma honra para mim poder responder a esta entrevista, agradeço a oportunidade! Bem, no fundo sou um gajo normal que em vez de estar no sofá a ver TV ou nas redes sociais a falar mal dos outros ocupa o seu tempo a divulgar bandas e dar-lhes espaço para mostrarem o seu trabalho, darem-se a conhecer. Achei que faltava algo diferente do habitual no apoio a bandas... não queria fazer biografias, ou partilhar videoclips, discografias, etc porque é algo que já existe em grande número (e feito de forma bem competente) e decidi criar a Underground’s Voice. Este é o Christophe, alguém que está constantemente à procura de melhorar, de evoluír sempre disposto a contribuir de alguma maneira para o crescimento das nossas bandas e do nosso meio underground. E repito duas frases que já tenho dito imensas vezes: como não tenho talento para estar em palco, dou o meu contributo fora dele ; fazer este trabalho não me faz achar melhor nem pior que ninguém, apenas me dá vontade de deixar a minha marca.
SdR – Podes dizer nos como e quando descobriste esta tua face de entrevistador?
Sinceramente, foi meio por acaso, numa mistura de demasiado tempo livre com muito amor à música. Apesar de nunca ter sido um objectivo e não ter qualquer formação na área sempre tive um enorme interesse por saber mais sobre o que se faz em Portugal, dentro e fora do Metal e percebi que há imensas bandas com qualidades, mas cheia de dificuldade e pouquíssimos apoios e foi aí que comecei a pensar em criar algo que pudesse divulgar a dar a conhecer essas bandas que bem merecem. Isso começou à pouco mais de 3 anos e o formato entrevista foi o primeiro que me veio à cabeça porque achei a melhor forma de apresentar uma banda: Dando-lhes voz e tempo de antena. Como disse anteriormente não tenho qualquer formação na área... Por isso, inicialmente nem sempre foi fácil para divulgar a Underground’s Voice, arranjar bandas e principalmente fazer uma entrevista de jeito. O tempo foi passando e 3 anos depois já ultrapassei a marca das 300 entrevistas publicadas em meu nome e agradeço a cada uma das bandas por isso!
SdR – O que é que te liga á música, o que sentes quando tens música na tua vida e quando não tens.
Para mim música é algo completamente indispensável, é arte em forma de melhor amigo. A música no seu geral e algumas bandas em particular já se tornaram meus confidentes e já me acompanharam em todos os estados de espírito possíveis. Provavelmente é uma frase que irá soar estranha a alguns mas que irá fazer todo o sentido para outros. É algo que em Portugal é dificil trabalhar a sério, salvo algumas excepções andamos quase todos por aqui por amor à camisola o que mostra a não-valorização do meio cá em Portugal. Cá estamos todos para tentar contrariar isso. Não me consigo imaginar sem a música... até porque isso implicaria eu não ter criado a Underground’s Voice que foi algo meio criado por acaso mas que se tornou em algo que nunca me vou conseguir separar. No final do ano passado fiz uma pausa que era suposto durar pelo menos 3 ou 4 meses mas ao fim de 3 semanas quebrei a pausa e voltei ao trabalho e com ainda mais dedicação. Acho que no fundo a Underground’s Voice para além de ser algo que amo verdadeiramente e me orgulho imenso é também o meu maior escape, o meu refúgio das coisas menos boas que vão acontecendo. Acho que isso resume bem aquilo que a música significa para mim.
SdR – Uma pergunta que se impõe, porqué o Metal?
O Metal surgiu na minha adolescência, numa altura que ainda ouvia aquelas coisas todas da moda algures nos meus 14 ou 15 anos. E surgiu numa noite de trovoada (até dá um ar mais trve à cena, mas aconteceu mesmo) em que estava a dar o mítico Headbangers Ball na MTV e apaixonei por uma das músicas que deu nesse programa: Korn – Did My Time. Aquela música conseguiu cativar-me de tal maneira que desde aí comecei a interessar-me pelo estilo e fui sempre pesquisando mais coisas. Korn foi provavelmente a banda da minha adolescência, passava dias inteiros a ouvir! Ainda hoje é uma das minhas bandas favorita. Comecei a conhecer outras coisas como System Of a Down, Rammstein, Green Day e outras bandas mais Nu-Metal que estavam completamente a bombar na altura. A “Did My Time” foi o ponto de viragem para mim a nível musical e hoje em dia ouço imensas bandas metal e um mesmo número de bandas que nada tem a ver com Metal (tenho vários guilty pleasures que espantariam muito boa gente ahah). E toda essa variedade reflectiu-se na Underground’s Voice que no principio era claramente ligada a bandas metal mas que mais tarde abriu as portas a outros estilos, já recebi bandas/artistas ligadas ao hip-hop, rap, pop e muitos outros. Por isso digo tantas vezes que a UV não é uma página metal mas sim uma página de música.
SdR – Para além da parceria que tens connosco no Som do Rock, tens mais alguma?
O Som do Rock é um projecto que já sigo à algum tempo e fiquei muito satisfeito quando fui convidado por ti para esta parceria, é muito bom para falarmos sobre mais bandas e de ideias para futuros trabalhos, é com toda o gosto que dou o meu contributo. Tenho imensas parcerias e vou tentar não me esquecer de nenhuma... Primeiramente o Rock & Metal Worshipers do meu grande amigo Paulo Guedes que faz um trabalho fantástico e que pouco a pouco está a conseguir conquistar o seu espaço no panorama nacional e com todo o mérito e que também tem o seu principal foco nas bandas underground e que é mais um que mostra o seu amor à camisola. A Metal Media Management, uma assessoria de comunicação onde o Rodrigo e a Débora fazem um trabalho enormíssimo e se dedicam a 100% pela causa, das pessoas que mais me orgulho de ter conhecido no meu trajecto e que facilitam imenso a troca de informação entre bandas Portuguesas e Brasileiras. A Sunset Press, uma assessoria de imprensa também Brasileira que conta com mais um excelente trabalho do Sandro e da Ellen. Estas 3, juntamente com o Som do Rock, são as principais parcerias que conto e que contribuiram imenso para a visibilidade que tenho hoje em dia, eternamente agradecido por todo o apoio e disponibilidade que demonstram sempre! Depois tenho ainda parcerias com a CRIA , União Underground e... espero não me ter esquecido de nenhuma...
SdR – Como tem sido a adesão das bandas a este teu projecto?
Tem sido incrível, uma adesão muito maior do que alguma vez imaginei ser possível. Por vezes olho para a lista das mais de 300 bandas e ainda fico a pensar como cheguei a este número. É uma enorme mistura de bandas que vai desde bandas nacionais (ainda) completamente desconhecidas, bandas com algum estatuto e outras reconhecidas mundialmente, bandas metal e bandas de outros estilos, nacionais e internacionais. E todas elas dão um enorme gozo, se por um lado é brutal quando as bandas acabadas de formar me procuram porque querem que a Underground’s Voice seja a primeira a ter uma entrevista com eles e a primeira a divulgá-los, por outro lado também é uma sensação inexplicável quando temos a oportunidade de entrevistar artistas que admiramos, como foi o meu caso quando estive à conversa com lendas do metal como Max Cavalera ou Mille Petrozza, e muitas outras enormes bandas que sigo à anos e que estava apenas habituado a ver em vídeos ou em cima do palco. Deixa-me muito satisfeito quando a malta fala comigo para divulgar as suas bandas quando a Underground’s Voice se limita a ser uma página de facebook (agora com um Twitter criado à dias), comparando com outros excelentes projectos nacionais, com muito mais visibilidade, longevidade e importância. Sem esquecer que a Underground’s Voice, para além de Portugal, passou por quase 30 países diferentes, sendo que apenas falta uma banda Africana para ter alcançado todo o globo, desde os países Europeus mais reconhecidos e Estados Unidos até outros países como Costa Rica, El Salvador, China ou Letónia. Só dá mais motivação para continuar a dar voz a quem não a costuma ter!
SdR – Apos a tua ida ao Curto Circuito na Sic Radical notas-te alguma alteração da forma como veem o teu projecto?
Poder apresentar a Underground’s Voice no CC All Stars foi uma oportunidade incrível, vai ser um daqueles dias que nunca irei esquecer porque sei que surgiu como recompensa pelo trabalho que tenho vindo a fazer e é um sinal que o tenho feito bem e essa realização pessoal satisfaz-me mais que a visibilidade que o projecto tem. Por outro lado, claro que isto apenas faz sentido se tiver a atenção das pessoas, não por mim mas pelas bandas que merecem divulgadas. Acho que toda a gente continua a ver a UV da mesma forma que antes, apenas é seguida por um número maior de pessoas, por isso objectivo cumprido! Trouxe-me mais visibilidade, sem dúvida, mas ao mesmo tempo mais responsabilidade e isso agrada-me. Se alguma vez imaginei que chegaria ao CC? Nunca sequer me passou pela cabeça chegar a esse patamar mas agora que cheguei não me vou acomodar, vou à procura de mais, sempre com novos objectivos e metas pela frente. É esta a minha forma de estar, sempre a lutar por mais, passo a passo para deixar a minha marca.
SdR – Em que projectos estás atualmente envolvido? Podes dar a conhecer alguns?
A minha maior prioridade é e sempre será a Underground’s Voice mas estou envolvido noutros projectos de enorme qualidade graças aos seus responsáveis que fazem um trabalho incrível.
Para além disso estou envolvido no Rock & Metal Worshipers que já falei anteriormente bem como na webzine brasileira Collapse Underground Art do enorme JP Carvalho, alguém que se dedica como poucos a este trabalho e com quem é uma enorme honra trabalhar onde sou responsável por fazer uma crónica por cada edição... E prometo fazer trabalhos sempre diferentes uns dos outros, que possam mostrar a qualidade da música nacional, dentro e fora do Metal. Isso para além da minha outra página “Machine Head Portugal” que é mais um passatempo onde vou fazendo uns trabalhinhos. Neste momento são esses os projectos onde estou envolvido mas estou sempre disponível para coisas novas, principalmente se forem coisas desafiantes, que me tirem da minha zona de conforto e me façam fazer coisas novas, só assim se consegue evoluír.
é bom poder contar com pessoas como tu para ajudar e colaborar connosco. Ja fazes parte do Som do Rock.
Obrigado por esta oportunidade e pelo constante apoio que o Som do Rock me tem dado. Mantenham-se atentos porque estão para vir muitas e boas novidades muito em breve! Obrigado e um grande abraço a todos!
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