Pedro Silva - PESTIFER em Entrevista
Entrevista: Pestifer w/ Pedro Silva (Guitar // Vocals)
Por: Marta Carvalhal/Hintf WebZine
Hintf: Estão prestes a lançar o vosso primeiro álbum "Execration Diatribes", apesar da banda já ter 17 anos. Como surgiu esta possibilidade?
Pestifer: Desde sempre procurei manter o desenvolvimento da música e deixar que cada elemento integrante colocasse o seu espirito nela. Porém, tivemos que passar por várias provações e adversidades o que dificultou o processo criativo da banda. PESTIFER teve várias formações ao longo dos tempos, o estúdio onde o álbum foi gravado pela primeira vez (este é o resultado de uma segunda gravação) foi destruído num incêndio, enfim, várias contrariedades. PESTIFER é tudo sobre quem somos e se não funciona não há maneira de prosseguir. Algumas pessoas - sociedade – fazem-nos correr para o que se espera que faça. Mas a nossa verdadeira intenção é escolher a nossa própria direção. Procurando conhecer-nos a nós mesmos e expressá-lo através da nossa música. Agora, é olhar para a frente – manter-nos juntos e ir mais longe.
Hintf: Há quanto tempo estão a preparar este novo material, e qual o foco principal deste disco?
Pestifer: O que queremos dizer com PESTIFER é tornarmo-nos unos com este conceito. Tentamos não colocar stress e assim desenvolver a nossa música, explorar a música negra e furiosa sempre com intenção de quebrar fronteiras. Todo o material foi lapidado - é uma questão de tempo em contínuo. Usando PESTIFER como uma fórmula - ferramenta para se expressar - para se sentir livre, independente, por valores mais elevados.
Hintf: Depois de uma longa ausência surge "Execration Diatribes", o que foi feito dos Pestifer nos últimos anos?
Pestifer: "Execration Diatribes" surge num contínuo de pura dedicação e procura das fórmulas mais capazes que possam identificar a banda como una. Temos intenção de o fazer bem, segundo preceitos blasfemos, cruéis e furiosos. É uma revolta - em termos de pensamento, espiritualidade e perceber os próprios limites.
Hintf: Os projetos musicais paralelos dos elementos dos Pestifer acabaram por contribuir para um certo “afastamento”?
Pestifer: Se os elementos constituintes têm projetos paralelos, isso só pode ser bom. Mantem as pessoas ligadas com as técnicas da música e assim só podes evoluir. Mas, obviamente é sempre uma questão delicada, resoluta na organização e gestão do tempo. PESTIFER já teve elementos 100% ligados com a causa e nem sempre foi sinonimo de desenvolvimento ou evolução. Agora, temos um grupo coeso e capaz de integrar perfeitamente todas as linhas na composição do propósito - domínio da música pelo Death Metal.
Hintf: Já está a rodar uma das faixas deste novo álbum. De que fala “Mars Exult” e como tem sido recebida pelo público?
Pestifer: "Mars Exult" é sobretudo uma catarse de repúdio às diversas organizações que pretendem manter o Homem como sujeito afastado da sua natureza – individual. É dizer que há alternativa e cada um deve ser capaz de a encontrar. Abrir a mente às possibilidades é a parte mais emocionante de viver esta existência carnal. Sabendo que há escolhas e a seleção não é tão limitada como alguns retratam e os princípios comumente aceites podem, de facto, ser falhas ou mentiras intencionais. As pessoas têm-se sentido identificadas com este decurso e ficamos gratos por esta excelente recepção. Quando ouvimos o que está a ser feito no momento, em termos de música, pensamos – Que merda é esta! - que cena xunga! O Death Metal, enquanto filosofia, deve dominar e os tempos modernos são demasiado fracos para este tipo de conquista.
Hintf: O que inspira e influência atualmente os Pestifer?
Pestifer: PESTIFER, como banda, não se encerra nela própria. Nós influenciamos e somos influenciados, sempre atentos ao que acontece na vida. A música é parte integrante daquilo que somos e faz-nos estar numa constante procura e atenção naquilo que vai sendo feito, sem nunca depurar o estilo e legado das bandas pioneiras e antecessoras. Enquadrados com a natureza - "seja um animal!", PESTIFER simplesmente É.
Hintf: De um trio passaram a quarteto. Como se deu a entrada do Nuno Mourão (guitarra)?
Pestifer: No primeiro concerto da banda, em 2004, PESTIFER era composto por 4 elementos. No decorrer dos tempos e com as alterações de line-up, a banda moldava-se conforme a exigência e necessidade. Se te disser que a banda já deu concertos só com dois elementos, é verdade. Agora, com um quarto elemento, pensamos que os espectáculos ao vivo serão mais enriquecedores. A entrada de Nuno Mourão na segunda guitarra surgiu na maior das naturalidades. O Mourão conhece bem os nossos intentos e é um amigo de longa data. Aliás, eu, o Diogo e o Nuno Mourão somos vizinhos, o que facilita em tudo. A logística é melhor planeada, os ensaios melhor definidos e todos contribuem para a máquina funcionar. Perfeito!
Hintf: O que trazem na agenda para 2017?
Esperamos que 2017 seja, efectivamente a ano da Peste. Que todos se sintam contaminados e usem as ferramentas que lhes deixamos para aniquilar o máximo de pré-conceitos deixados pelo homem fraco e julgador.
Tudo o resto irá surgir com o tempo e como será de esperar, divulgado na devida altura.
Agradecemos a oportunidade que nos deram para esta entrevista e congratulamos o vosso trabalho para que dure e se perpetue no tempo.
Obrigado.
Pedro Silva.