Já se encontram à venda os bilhetes para o Mucho Flow 2015, que tomará o CAAA de Guimarães no dia 10 de Outubro para demonstrar o que de melhor da música nova se poderá ouvir. À cabeça estarão Circuit des Yeux, Girl Band e Filho da Mãe & Ricardo Martins.
Não serão poucas as vezes que o vamos referir, pelo que podem sublinhar desde já isto: dia 10 de Outubro será a data em que começamos a definir as próximas incursões da pop, ora pelo rock distorcido dos Girl Band, ora pelo folk ruídoso de Circuit des Yeux, ou pelo cruzamento acústico, mas electrizante, dos instrumentos de Filho da Mãe & Ricardo Martins, que, juntamente comLAmA e Smartini, se juntam ao cartaz da terceira edição do Mucho Flow. Já anunciados estão, também, as Pega Monstro e os Sun Blossoms.
O Mucho Flow, organizado pela Revolve, parte assim para a sua terceira edição, depois de, nos anos volvidos, ter apresentado actuações de Amen Dunes, Bitchin Bajas, Cave e Radar Men From the Moon, entre outros. O futuro pode começar aqui.
Os bilhetes para o festival já se encontram à venda na last2ticket e custam 15 euros.
Filho da Mãe & Ricardo Martins
Não será com insultos que mediremos o talento de Filho da Mãe, mas muito lhe serão reservados: Rui Carvalho, com um CV preenchido a preceito com If Lucy Fell, I Had Plans e mais uma série de mirabolantes explosões de criatividade, já largou a electricidade há algum tempo e abraçou a solidão da guitarra clássica em força. Palácio e Cabeça são dois dos melhores discos editados neste cantinho nos últimos anos, portas de entrada para as capacidades de Filho da Mãe dedilhar e retalhar melodias encantadoras. Com Ricardo Martins na bateria (Lobster, Cangarra, Adorno, Papaya, noz), outro colosso da música nacional, sobe-se a parada sem se alterar a missão — o Filho da Mãenão precisa de mais do que uma guitarra para impressionar, mas traz um dos melhores percussionistas que por aqui temos para o desafiar em cada incursão. A actuação no Mucho Flow servirá de aperitivo para o disco que a dupla está a preparar em conjunto, e que a Revolve editará mais adiante.
LAmA
LAmA é o que, a solo, João “Shela” Pereira produz, uma série de ambientes melódicos delicados, num exercício de continuidade não inusitado das pesquisas firmadas por Erik Satie. LAmA, claro, eleva cada um destes momentos bucólicos, de acordo com o seu percurso, com passagens em If Lucy Fell, Riding Pânico e PAUS, ao que destacou Shela da multidão cultural portuguesa: cada passagem, cada acorde é texturizado e trabalhado ao ponto de ebulição, numa rendição etérea, mas inebriante. Ainda sem nenhum registo de estúdio,LAmA já é merecedor de toda a nossa atenção. O Mucho Flow será disso mesmo um exemplo.
Smartini
Seis anos volvidos desde o seu último fôlego de vida e os Smartini regressam aos palcos. No Mucho Flow, a banda minhota recupera o marco do alternativo nacional que foi “Sugar Train”, o disco que editaram em 2007 e que melhor espelha o seu som: um cruzamento entre as explosões de ruído e as melodias dissonantes de uns Sonic Youth com o ritmo rock mais clássico e um toque indie delicado. Muito cabe nos Smartini, que provaram ter ombros para se destacar do alternativo e tomar Portugal. Agora tomam o Mucho Flow.