27 Novembro - RCA Club (Lisboa) |
28 Novembro - Hard Club (Porto) |
Abertura de Portas: 20h00 - Inicio espetáculo: 21h00 |
"Soam como os Hellacopters se fossem para a escola de arte e 'metessem' Valium". "Imaginem se os Nachtmystium, os Alice In Chains e os Neurosis se embebedassem a ouvir o «DCLXVI – To Ride and Shoot Straight And Speak The Truth» dos Entombed... Soa a algo semelhante!". "Os Sigur Rós a tocar metal". Elogios comuns, tão hiperbólicos quanto exagerados, para descrever uma troupe de cowboys islandeses que responde pelo nome SÓLSTAFIR. Um verdadeiro enigma no universo da música extrema atual, que não é fácil de descodificar na sua plenitude, mas a que ninguém que goste de metal que refuta clichés a favor de personalidade, se consegue manter indiferente. Senhores de uma identidade estética e criativa fora do comum, que os viu começar por fazer versões dos Darkthrone e agora se atreve a colocar, lado a lado, banjos e guitarras afiadas. É esse mundo de dicotomias, assim como uma enorme vontade de contagiar com a música que tocam, que vão trazer a Portugal naqueles que serão os primeiros concertos em nome próprio no nosso país; a 27 e 28 de Novembro no RCA Club e na Sala 2 do Hard Club, em Lisboa e no Porto respetivamente. Para reduzir as coisas ao essencial, digamos que os SÓLSTAFIR são uma banda islandesa de metal, que se juntou em 1995 e, em 2014, lança o quinto álbum, tendo entretanto conquistado aplausos unânimes por parte do público e da imprensa ao longo de uma carreira sempre em crescendo e que, até ver, não revela sinais de abrandamento. O problema é que o quinteto de Reykjavik, por muito consensual que seja, é muito mais que "apenas" isso. Sim, são islandeses e tocam metal, mas muito à semelhança dos Ulver ou Katatonia, começaram por colocar um twist melódico e influências invulgares num sub-género estanque na génese, o black metal, em registos como «Í Blóði og Anda» e «Masterpiss Of Bitterness». Depois, de forma agressiva, evoluíram a um ponto onde as texturas e a melodia quase eclipsam a fúria de outros tempos. Quando atingiram a maioridade, com o surpreendente «Köld», de 2009, esses dois elementos díspares, mas complementares, entraram em choque com uma violência tal que obliteram todas as paredes estilísticas que ainda resistiam ao seu redor. Desde que assumiu de uma vez por todas a natureza dicotómica da sua música, o quarteto não mais voltou a olhar para trás; numa busca que é muito sua, mas com que cada vez mais gente se identifica. «Svartir Sandar», o álbum-duplo de 2011, revelou uma atitude ainda mais arrojada e aventureira, com o grupo formado por Aðalbjörn Tryggvason (guitarra/voz), Sæþór Maríus Sæþórsson (guitarra), Svavar Austman (baixo) e Guðmundur Óli Pálmason (bateria) a mergulhar de cabeça nas hipóteses deixadas em aberto pela mutação anterior e a ampliar significativamente o raio de alcance da sua música. As cartas estavam, de resto, em cima da mesa há muito tempo. Desde os primórdios, quando ainda eram uma banda de black metal, os SÓLSTAFIR foram evoluindo progressivamente até se transformarem numa experiência sonora de tirar o fôlego, explosão de pós-metal com influências folk e uma natureza islandesa muito vincada. Agora acabam de lançar a continuação do mais ambicioso registo da sua carreira com «Ótta», mais um álbum de génio para catalogar como "sem limites".
Os Sólstafir foram criados por três amigos, Aðalbjörn Tryggvason, Halldór Einarsson e Guðmundur Óli Palmason, em Janeiro de 1995. Uns meses depois o trio grava a maqueta «Eu Nordri» e, ainda antes do ano chegar ao fim, volta a entrar novamente em estúdio para gravar 6 composições novas. Quatro delas são incluídas no mini-CD «Til Valhallar». Entre 1997 e 1998, após o abandono de Halldór, ainda gravam e distribuem duas promos como duo, mas quando chega por fim a altura da aguardada estreia nos discos de longa-duração, durante o ano seguinte, Aðalbjörn e Guðmundur decidem recrutar Svavar Austmann como substituto de Halldór. Com as gravações a iniciarem-se em 1999, «Í Blóði og Anda» só chegaria aos escaparates em 2002, devido a intermináveis atrasos e diversos percalços. No entanto, mais interessados em olhar para a frente que em ficar parados a lamentar o seu azar, começam a tocar ao vivo na Islândia, adicionando para o efeito um segundo guitarrista à formação. É com Sæþór Marius Sæþórsson totalmente integrado (e pela primeira vez como quarteto) que gravam mais uma demo, escolhendo posteriormente os melhores três temas dessa sessão para «Black Death: The EP». Em 2004, começam então a trabalhar finalmente no sucessor de «Í Blóði og Anda», desta vez por conta própria e contando apenas com a ajuda de bom amigo. Ironia do destino, os Sólstafir começavam a tornar-se um nome conhecido no underground europeu, mas não conseguiam encontrar uma editora interessada em apostar neles. Já com o segundo álbum gravado, decidem lançar três temas em formato promo que serviriam para promover a sua música junto dos A&Rs europeus. Foram esses temas, assim como um concerto na Dinamarca (o primeiro que deram fora da Islândia) que lhes garantiram um contrato com a finlandesa Spinefarm Records. Por esta altura os Sólstafir começavam a estabelecer uma reputação forte e, quando a influente editora disponibilizou «Masterpiece Of Bitterness», em 2005, o álbum recebeu ótimas críticas em quase toda a imprensa. Os músicos continuaram a fazer pelo seu bom nome, apoiados em prestações ao vivo excecionalmente sólidas e arrebatadoras. É nesta altura que começam a fazer as primeiras tours em maior escala, sendo que o ciclo de promoção ao terceiro álbum acabou por durar quase dois anos. Em Dezembro de 2007 viajam até Gotemburgo, na Suécia, para gravar o terceiro longa-duração, «Köld». O disco acaba por só ser editado em 2009, mas – à semelhança do que se tinha passado com o anterior «Masterpiece Of Bitterness» – foi recebido com aplausos unânimes, mantendo-se a mesma dificuldade por parte dos críticos em identificar a música dos Sólstafir com um género específico. Enquanto isso, o quarteto continuava a recolher elogios pelos espetáculos que ia fazendo por toda a Europa e, claro, nos maiores festivais do continente, incluindo o Roskilde Festival, o Wacken Open Air, o Summer Breeze ou o Hole In The Sky. Além disso, ainda fizeram duas digressões europeias completas em 2009 e 2010. Em 2011 a Season of Mist lança «Svartir Sandar» mundialmente e, ao quarto álbum, os islandeses concretizam finalmente tudo aquilo que se esperava deles, mantendo o consenso por parte do público e da imprensa, mas dando um passo em frente em termos de exposição e sucesso comercial. Editado a 14 de Outubro na Europa, quatro dias depois nos Estados Unidos, foi eleito álbum do ano em algumas publicações de renome, como a finlandesa Inferno, a alemão Metal.de e o maior jornal da Islândia, o Morgunblaðið. E, pela primeira vez os Sólstafir surgiram também nas tabelas de vendas, chegando ao #7 na Islândia e ao #11 na Finlândia. O tema «Fjara», por seu lado, entrou direto para o Top 10 de singles no país de origem, com um impressionante #1. Com o novíssimo «Ótta», lançado no final do mês de Agosto, prometem repetir a façanha. Os bilhetes para o concerto custam 15€, à venda a partir do dia 1 de Setembro, nos locais habituais. Reservas: Ticketline (1820). Em Espanha: Break Point. |