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AFFRONT em entrevista de Marta Carvalhal
AFFRONT em entrevista de Marta Carvalhal

AFFRONT em entrevista de Marta Carvalhal

Quem são os Affront e em que contexto surgem no panorama musical brasileiro?

 M.Mictian: O AFFRONT é uma banda Thrash/Death Metal Brasileira fundada por mim, que também fundei e mantive o Unearthly (Black metal) por quase 20 anos na ativa, fundei o AFFRONT no início de 2016 e acabamos de lançar nosso primeiro álbum intitulado “Angry Voices”. Nosso line up atual é: M.Mictian ( bass & vocal), R.Rassan (guitar) 7 Jedy Najay (Drums).

 

Porquê Affront? Algum significado por detrás do nome da banda?

 M.Mictian: AFFRONT significa afrontar,insultar e é exatamente o que fazemos com a nossa música agredir tímpanos com nossas mensagens questionando o que achamos de errado, o que nos incomoda.usando a música para fazer isso.

 

No Brasil têm associado os Affront aos Unearthly, tendo em conta os elementos que compõem a banda. Mas a verdade é que são projetos bem distintos…

 M.Mictian: Eu fundei as duas bandas, talvez por isso façam essa associação, mas o AFFRONT sim é bem distinto do Unearthly, as composições são bem diferentes e boa parte lírica também desta forma não vejo que as duas bandas tenham algo parecido.

 

Em que se inspiram para escrever/compor o vosso som?

 M.Mictian; Antes de qualquer coisa eu amo Metal essa é minha maior inspiração, eu vivo e respiro esse estilo de música, e acho que questionar o ser humano, todas as mazelas por ele criada, a ignorância religioso o fanatismo burro, questões sociais, e políticos e suas maneiras gananciosas de legislar em causa próprio são algumas das coisas que tento passar nas canções do AFFRONT.

 

Quais são as principais influências dos Affront?

 M.Mictian: Musicalmente eu gosto de Sepultura (old), Krisiun,Sodom,Napalm Death,Venom,Kreator,Ratos de Porão o bom e velho Thrash/Death metal pelo mundo todo, com os anos muitas bandas acabam lhe influenciando.

 

Lançaram recentemente um primeiro trabalho “Angry Voices”. Este álbum reflete a vossa visão da sociedade?

 M.Mictian: Sim exatamente é isso que tento passar em cada canção deste álbum, essa é a maneira que vejo a sociedade atual,intolerante, fanática,gananciosa eu tentei sintetizar cada sentimento meu com relação ao ser humano, eu acredito que caminhamos rápidos para nos destruirmos, o ser humano é egoísta e só pensa em si próprio.

 

Até que ponto a situação social no Brasil influenciou os vossos temas?

 M.Mictian:O Brasil é um país sofrido e os políticos aqui são como parasitas, eles pensam somente neles mesmos,não trabalham em pró do povo no momento vivemos uma grande crise política e social, muito desemprego e muita desigualdade social e tudo isso acabou me influenciando para escrever alguns temas.

 

A capa do álbum tem a assinatura do designer Marcelo Vasco (Slayer, Machine Head, HateBreed, Borknagar, SoulFly, Dark Funeral). Esta escolha foi um processo natural?

 M.Mictian: Além do Marcelo Vasco ser um excelente artista ele é um grande amigo meu, passou parte de sua vida na mesma cidade que eu moro (Rio de Janeiro), então eu escolhi ele para fazer a arte do álbum, porque eu sabia que ele faria um belo trabalho e não me decepcionei.

 

Como surgiu a participação de Marcelo Pompeu, dos Korzus, na música “Under Siege”?

 M.Mictian: Eu admiro muito o trabalho do Korzus que é uma banda muito antiga aqui no Brasil, e um dia eu o escrevi dizendo o quanto admirava o trabalho dele e passamos a conversar por meses e decidi chamá-lo para cantar uma música e ele de imediato adorou a ideia, foi algo bem natural e eu fiquei muito feliz por ele ter aceito.

 

“Mestre Barro” é a única música em português no álbum. De que fala o tema e o porquê desta opção?

 M.Mictian: Eu gosto muito de temas Brasileiros, e também gosto sempre de colocar em algumas de minhas canções estilos de músicas regionais do Brasil,comecei escrever a letra dessa música antes mesmo da canção estar pronta, e ela fala sobre Mestre Vitalino um escultor Brasileiro da década de “40” (1940) do interior do Brasil de uma região muito pobre e castigada pelas secas, ele ele apareceu e fez muito sucesso fora do Brasil, e tem suas esculturas no Museu do Louvre (França) em Nova York e em muitos outros museus pelo mundo, quando conheci a história dele fiquei intrigado como ele é desconhecido no Brasil mesmo tendo o seu trabalho pelo mundo, então decidi fazer uma canção sobre o assunto e usamos alguns instrumentos Brasileiro na música, eu fiz uma homenagem a esse personagem.

 

Como está a ser recebido o “Angry Voices” no Brasil?

 M.Mictian: Temos um mês passado do lançamento do álbum e até o momento está bem acima de nossas expectativas as resenhas até aqui estão muito boas,várias pessoas da cena metal comentando e apoiando o lançamento como João Gordo (Ratos de Porão) que nos escreveu, Luiz C.Louzada(Vulcano), Pompeu (Korzus) e muitos zines, Revistas e blogs estão falando bem, estamos felizes com a repercussão.

 

Com quem gostavam de partilhar o palco?

 M.Mictian: Eu adoraria partilhar palco com Slayer,Krisiun,Sodom,Kiss, Cavalera Conspiracy, Dissection entre outras são bandas que adoro e admiro, bandas que também nos influenciaram desde crianças e seria um sonho estar com eles.

 

Quais são os planos dos Affront para 2017? Têm algum concerto já agendado fora do Brasil?

 M.Mictian: Bem acredito que em outubro estaremos na Europa para 20 shows e mais 10 shows na Rússia estamos com as negociações bem adiantada, e estamos trabalhando para que isso aconteça vamos esperar e ver como tudo se resolverá.

 

Qual é a mensagem principal que os Affront querem passar?

 M.Mictian: As nossas nossas músicas são diretas e é algo como inconformismo com a humanidade, com sua ganância, com as desigualdades sociais não só no Brasil mas também no mundo, o inconformismo com as guerras estúpidas que matam milhares de pessoas inocentes, é o nosso descontentamento com as atitudes humanas.

Por: Marta Carvalhal /Hintf Webzine