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SMSF BEJA 2017 de 8 a 10 de Junho
SMSF BEJA 2017 de 8 a 10 de Junho

SMSF 2017

Orphaned Land, Wolfbrigade e Fuse entre as primeiras confirmações

O SMSF Beja tem regresso marcado: acontece de 8 a 10 de Junho do próximo ano e já conta com as confirmações de Orphaned Land, Wolfbrigade, Fuse, Hypothermia e Process of Guilt.

Com um choque de desfibrilador, Orphaned Land, Wolfbrigade, Fuse, Hypothermia eProcess of Guilt: é assim que o coração do SMSF Beja começa a bombear as primeiras voltagens para a edição de 2017, que decorre de 8 a 10 de Junho no Parque de Merendas da cidade alentejana.
 
Depois de uma edição bem-sucedida em Junho passado, com momentos indelevelmente marcantes quer para os presentes, quanto para o projecto artístico do festival, o mesmo espírito de cruzar risco, com atitude punk e discorrer sobre as linguagens da música extrema nas suas mais diversas encarnações, volta a pautar a oitava edição do SMSF.
 
À cabeça, vêm os Orphaned Land, com o seu cruzamento atípico das linguagens distantes do doom e do folk médio-oriental, uma carreira estendida para lá das duas décadas e uma vontade incólume de marcar socialmente uma diferença; a dividir protagonismo com eles, estão os suecosWolfbrigade, lendas do crust punk que prometem agir de acordo com o seu epíteto: cuspindo-nos em cima.
 
Na senda do desafio à normatividade do que se entende por extremo, surge o portuense Fuse: mais de duas décadas a agarrar o mic e a cuspir rimas de complexidade inolvidável, o rapper que cresceu em Dealema mas se fez MC nas suas incursões a solo, discorre de forma elaborada sobre a condição humana fazendo da ego trip uma viagem aos confins da psique sem retorno garantido.
 
A fechar as primeiras confirmações estão os suecos Hypothermia, que usam a depressão como catalizador do seu black metal, e os Process of Guilt, a braços com um sucessor para o aclamado “Fæmin” e com uma vontade renovada de vergar espinhas.
 
Os primeiros bilhetes já se encontram à venda por 20€, no caso dos ingressos para três dias, e por30€ o pacote com bilhete geral, t-shirt, saco e copo. Ambas as modalidades estão limitadas a uma centena e disponíveis apenas até 31 de Outubro. Depois dessa data, os preços de ambos os bilhetes sobem para os 30€ e 40€, respectivamente.
 
Mais informações:
 
Orphaned Land
O contexto social determina aquilo contra o qual um músico se revolta, uma ideia confirmada desde que música serve de veículo para desconforto ou como forma de rebelião. Quando aquilo contra o que se quer lutar é a luta em si mesmo, acontece algo como os Orphaned Land. Evoluir do prototípico doom melódico dos 90 para uma sonoridade cada vez mais progressiva? Nada de particularmente único. Fazê-lo com elementos de folk a permear a obra da banda do inicio ao fim? Menos comum, mas ainda assim mais que visto. Agora fazê-lo com folklore do médio oriente e uma mensagem abertamente política de unidade entre religiões, já começa a ser bem mais raro e é basicamente o que os Orphaned Land têm feito durante mais de vinte anos. Vislumbres do caminho percorrido até à actual encarnação progressiva serão certamente vistos em Beja, aquando do SMSF 2017.
 
Wolfbrigade
Fãs de crust, temos boas notícias para vocês. O lendário colectivo sueco Wolfbrigade tocará na edição de 2017 do SMSF! Da mesma forma que é impossível exagerar a importância do legado da banda, construído tanto na incarnação actual como nos anos de Wolfpack, o mesmo se aplica a uma tentativa de capturar uma descrição da ferocidade que espera aqueles que se atravessam à frente de uma das suas raras aparições ao vivo. Cada género tem as suas instituições e quando pensamos na escola Sueca de d-beat, poucos atingem o intocável estatuto dos Wolfbrigade, finalmente preparados para voltar a Portugal em Junho de 2017 pela primeira vez desde 2008. Quanto ao público, bem, hora de rejubilar em antecipação da inexorável chapada na cara que se adivinha.
 
Fuse
Esquece o modo, esquece a forma pela qual o hip-hop se manifesta, despoja o género até às suas raízes. O que encontras tem tanto de mentalidade punk na sua fundação como quase só o punk em si se pode gabar. Claro que o contexto importa e só assim se justifica a exagerada separação de público entre hip-hop e as outras formas pesadas de expressão musical – tudo barreiras imaginárias para serem deitadas for a no que depender do SMSF. Expressão, expressão visceral e intensa é uma boa forma de olhar para a produção de um dos maiores nomes nacionais do género, Fuse. Uma carreira com mais de vinte anos passados entre discos a solo, instrumentais horrorcore como Inspector Mórbido e os Dealema, e cujo próximo capítulo, “Caixa De Pandora”, tem lançamento marcado para o final de 2016. Com aquele que será o seu primeiro disco a solo em mais de dez anos, há todas as razões possíveis para receber Fuse no SMSF 2017.
Hypothermia
O Kim Carlsson é um tipo prolífico, facilmente identificável pelo seu característico berro, dos mais fortemente carregados de pranto e desespero que algum dia encontrámos. Porventura mais conhecido pelos Livelover – um capítulo que chegou a um fim abrupto numa inesquécivel performance no dia 11 de Setembro de 2011 em Roterdão -, antes de se juntar a B. e companhia já andava a destilar negatividade com os Hypothermia há alguns anos. Pese o similarmente enviesado caminho com black metal depressivo como ponto de partida, a longa discografia dos Hypothermia encontra-os agora numa fase repleta de atmosferas próximas do post-rock, não obstante a completa ausência de finais felizes e catárticos que se podia esperar, exemplo disso mesmo é “Svartkonst” lançado o ano passado. Quinze anos de miséria transformada em música para serem digeridos no SMSF 2017.
 
Process of Guilt
Soltar um violento turbilhão sonoro não requer qualquer tipo de movimento frenético ou gesticulação inútil. É perfeitamente possível à custa de uma transmutação da atmosfera circundante para um estado pesado, onde riffs gigantescos lentamente circulam e se metamorfoseiam, apenas para desabar ao soco em cima de espectadores desprevenidos. É mais ou menos esse o modus operandi pelo qual os Process Of Guilt pautam as suas doses de doom, um bocado como fazem/faziam influências suas como Godflesh e Overmars, que ainda se vislumbram debaixo de uma superfície há muito reclamada como sua própria pelos Portugueses. Nunca tão brutos como nos recentes “Faemin” e nos movimentos “Liar” do split com os Rorcal, o próximo ciclo na vida da banda encontra-se em preparação bem antes da presença no SMSF 2017. Eles podem manter que (ali) «nothing grows» e até é capaz de se verificar, mas de lá para fora é uma história diferente e atravessar uma performance dos Process Of Guilt e sair ileso da experiência só pode ser descrito como altamente optimista.