TREMOR #4: Mão Morta, Norberto Lobo e Flamingods iniciam contagem decrescente para o abalo cultural nos Açores
O TREMOR regressa à ilha de São Miguel de 4 a 8 de Abril. Garantidos para a quarta edição estão Mão Morta, Norberto Lobo, Flamingods, Morbid Death e PMDS.
A primavera nos Açores, com toda a agitação atmosférica que lhes é única, já é sinónimo de perturbações vindas da litosfera, com o TREMOR a potenciar cultural, turística e economicamente a ilha de São Miguel, de 4 a 8 de Abril de 2017. E como não há abalos sem agitadores, levanta-se o véu sobre a programação para o quarto TREMOR cultural no arquipélago.
A primeira leva de confirmações garante, desde já, as presenças dos inolvidáveis Mão Morta, capítulo essencial, e ainda com muita tinta para correr, do rock alternativo em Portugal, com contribuições dadas na performance, no cinema e, claro, na spoken word que por cá se ouve. Com eles vem, ainda, Norberto Lobo, escolástico auto-didacta da arte de acariciar cordas de guitarra e um dos principais porta-estandartes da forma portuguesa de o fazer.
Do Reino Unido, numa espécie de eterno anti-Brexit, os Flamingods trazem da diáspora londrina todas as suas maravilhosas texturas e harmonias, tão do mundo quanto nosso, na forma do mais recente “Majesty”, lançado ao longo deste ano.
A representação local, por ora, é assegurada pelos decanos Morbid Death, nome charneira da música pesada açoreana e portuguesa, e pelos PMDS, duo que cruza ritmos lentos de electrónica digital com modulação analógica.
Os bilhetes para o TREMOR já se encontram à venda, estando ainda os primeiros 100 exemplares disponíveis por 20€ e prestes a esgotar. Finda a primeira remessa, os preços das entradas para a quarta edição do TREMOR sobem para 25€.
Mais informação:
Os anos passam, e a Mão continua Morta: o processo de evolução do seminal colectivo bracarense continua a ter a vida dos organismos que decompõem pele, músculo e tendões, soando tão inequivocamente a si próprios e, ao mesmo tempo, evoluindo a par e passo de registo para registo dentro das fronteiras que definiram e que, ironicamente, nunca respeitaram. São assim os Mão Morta: um nome que dispensa apresentações auditivas, mas que nos continua a surpreender a cada novo tento, num discografia que se estende por mais de uma dezena de registos de longa-duração editados desde os finais dos anos 80. A sua estreia em São Miguel vai abalar o TREMOR — finalmente, diga-se.
Norberto Lobo
Bandcamp ⦁ "Muxama" ⦁ Facebook
Há cerca de 10 anos, Norberto Lobo saiu da gruta que partilhou com Rómulo e Remo para erigir um império imaterial maior do que Roma. Roma ardeu aos pés de Nero, mas as progressões melódicas quentes de Lobo não se evaporam em fumos e cinzas — envolvem-nos e entram-nos para os pulmões, infectando-nos e afectando-nos com um talento que ainda não conheceu fronteiras. Norberto Lobo tem um novo disco e vai trazê-lo até São Miguel. Chama-se “Muxama” e como tudo com o seu cunho, merece toda a nossa atenção.
Flamingods
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Os Flamingods são fruto da Londres que os recebeu, e nem mesmo o Brexit lhes abala a alegria única de serem uma das milhentas vozes de uma diáspora milenar — na sua música, encontra-se África, Ásia e todos os espaços de tensão entre estes dois continentes ancestrais, numa criação que lhes é única mas que deve a todos os gigantes que definem o horizonte da world. O resultado é, invariavelmente, uma explosão pop de aromas e sabores intensos. Ouça-se “Majesty”, o conjunto de canções que trarão até São Miguel.
Morbid Death
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Formados na viragem da década de 80 para a de 90, os Morbid Death fazem parte da primeira onda de bandas pesadas a surgir em Portugal, começando com a urgência thrash e crescendo para um death melódico de ascendências góticas, que ainda pauta a sua sonoridade. Na tensão entre a agressão harmónica e a eulogia à decadência nas suas melodias, os Morbid Death não podiam faltar num TREMOR que se propõe a abalar os Açores — estes micaelenses já o vêm a fazer desde 1990, e agora acrescentam potências à escalas de Richter culturais de Abril próximo.
PMDS
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PMDS é um projecto que se define entre Berlim e Bristol, com 4 mãos de Lisboa e Ponta Delgada. Do encontro de Filipe Caetano (o DJ FLIP) com Pedro Sousa sai um TripHop, Industrial imbuído em Post-Rock, carregado de ambientes etéreos e pesados. Baixos densos, sintetizadores retro, ruídos analógicos e vocalizações nebulosas fazem com que as máquinas e os instrumentos se encontrem criando cenários musicais que fazem divagar, doer, cair, criar. PMDS é uma experiência extra-sensorial e exploratória que quebra limites de harmonia, ruído e composição linear para criar no éter uma parede de som.