"Os Paradise Lost, ícones incontornáveis do metal melancólico, juntam-se ao cartaz do VOA 2016, que se realiza nos dias 5 e 6 de Agosto, na Quinta da Marialva, em Corroios."
A organização do VOA 2016 tem o enorme prazer de anunciar que os britânicos PARADISE LOST vão ocupar o lugar deixado vago pelos Anthrax no cartaz do evento. Após o cancelamento recente, por questões logísticas imprevistas, da atuação dos thrashers norte-americanos, cabe aos autores de clássicos como «Gothic», «Shades Of God» e «Draconian Times» completarem o alinhamento de luxo que vai passar pelo palco da Quinta Da Marialva, em Corroios, nos dias 5 e 6 de Agosto. O quinteto junta-se assim aos OPETH, KREATOR, ANATHEMA, ABBATH, KATATONIA, MANTAR, SCHAMMASCH, ADIMIRON, EQUALEFT, DARK OATH e SOLDIER, sendo que vai aproveitar esta ocasião muito especial para estrear pela primeira vez em Portugal o material do seu mais recente álbum de estúdio, o muito aplaudido «The Plague Within». Editado a 29 de Maio de 2015, o 14º longa-duração do grupo encabeçado por Nick Holmes e Gregor Mackintosh, afirmou-se como uma declaração de intenções sem precedentes na sua já longa e influente jornada, recuperando de uma forma muitíssimo inteligente a atitude obscura e monolítica que os caracterizava nos inícios e que, com o passar das décadas, foi-se diluindo em doses massivas de experimentalismo. Hoje, ao olhar para trás, percebe-se que a opção de alargarem o seu raio de ação lhes permitiu crescerem e, numa altura em que já são vistos como veteranos do movimento underground, lidarem sem medos ou preconceitos com o seu passado brilhante.
Com uma carreira que remonta a 1988, o percurso dos PARADISE LOST tem sido uma montanha-russa de emoções, pautada pela vontade incessante de inovarem e de não se repetirem. A forma como foram reinventando a sua sonoridade ao longo dos tempos e a atitude “sem palas nos olhos” que os viu atirarem-se de cabeça a uma costela experimental que ninguém sabia estar dentro deles, permitiu-lhes manterem-se relevantes face a todas as modas e tendências fugazes que apareceram no universo da música de peso – para depois desapareceram sem deixar rasto – desde que Holmes, Mackintosh e companhia se juntaram em Halifax, no Reino Unido, para fazerem a música mais opressiva, melancólica e introspetiva ao seu alcance. Assumido o risco que foi darem o salto a nível criativo, agarram-se à sua identidade e fizeram chegar o barco a bom porto, assinado uma sequência de discos incontornáveis entre os quais se contam vários clássicos, sem compromissos e com uma vitalidade que só está reservada para os grandes músicos. Bem vistas as coisas, não há muitos grupos que tenham sido tão influentes no início da carreira e que, apesar da vontade de irem fazendo coisas revolucionárias, tenham conseguido manter um nível de qualidade e relevância tão elevado ao longo mais de duas décadas.
Catorze álbuns e mais de vinte anos depois de terem mudado para sempre a cara do heavy metal, já não adianta sequer tentar traçar comparações. Os PARADISE LOST são caso raro, é certo, mas também não se tratam de uma banda qualquer. Porque não o são, não são como os outros – e têm um catálogo para prová-lo. Neste caso muito especial só se pode, e deve, compará-los com eles próprios. Senhores de uma personalidade muito própria e de uma capacidade aparentemente infindável de se recriarem, ao longo dos anos deram origem uma série de tendências – a fusão death/doom, o metal gótico e, por fim, o rock gótico pesadão com elementos eletrónicos e refrões a roçar a pop. Hoje, não há mesmo como negá-lo, são um nome incontornável dentro do estilo em que se movem e, também, um dos mais bem sucedidos a nível comercial – são já uns impressionantes dois milhões de discos vendidos a nível mundial. Sabe-se, no entanto, que uma banda só é tão boa quanto o seu último álbum e, até aí, os músicos britânicos sempre se destacaram da competição. «The Plague Within», editado há dois anos, é uma prova irrefutável de que continuam a fazer música tão vital e desafiadora como quando lançaram o disco de estreia, afirmando-se como o culminar de um processo de “redescoberta do passado” que começou há mais de uma década e que lhes permitiu fazerem, por fim, o álbum com que muitos fãs já andavam a sonhar desde meio da década de 90.
Os bilhetes custam 50 euros (passe dois dias) e 35 euros (bilhete diário), à venda nos locais habituais.