Entrevista em exclusivo á Banda Angolana - Projectos Falhados
Quero agradecer em nome do publico Português a vossa disponibilidade para esta pequena entrevista.
SdR – Quando é que descobriram a paixão pela música? e porquê este género musical?
Pf- Descobrimos a paixão pela música quando estávamos ainda no ensino secundário, todos os elementos da banda admiram muito o estilo Rock. No inicio, começou como uma brincadeira, apenas ensaiávamos quando tínhamos tempo e era mais diversão do que outra coisa, mas, com o tempo a música tornou-se uma parte essencial das nossas vidas. E que já é difícil viver sem ela.
SdR – Quando é que aconteceu aquele clique em que pensaram formar a vossa banda?
Pf- A banda teve dois momentos importantes. Antes éramos os "Teoria 42" e naquela altura a música era mais diversão, mas, quando houve a separação dessa banda o clique aconteceu, vimos que queríamos continuar com a música mas dessa vez a sério, e foi quando formámos os Projectos Falhados.
SdR – E o nome? Porquê “Projectos Falhados”?
Pf- Projectos Falhados é um nome que descreve a forma como nos sentíamos na altura, não havia esperança em ser uma banda bem-sucedida e nós sabíamos disso, mas, independentemente das condições nós fomos em frente e lutámos. E isso é Projectos Falhados, o conjunto de sonhos, planos, objectivos de vida que todo o mundo tem, mas, que por alguma condição não tem dado certo, o que não impede de continuar a lutar. E hoje vemos que afinal todo o mundo tem Projectos Falhados nas suas vidas e não desistem enquanto o sonho se mantiver vivo.
SdR - O que significa para vocês?
Pf- Para nós é uma forma de encarar o mundo diante dos vários problemas e controvérsias que vão aparecendo. E também é uma forma de podermos expressar o que vem directamente da alma, falamos o que sentimos e sentimos o que falamos. Projectos Falhados para nós significa Não Desistir.
SdR – o vosso primeiro trabalho foi o EP de originais “Nova Onda” (2014), sentem que houve uma evolução nestes dois anos, tanto na banda como no mercado, onde abundam outros estilos musicais muito diferentes?
Pf- Sim. Houve uma evolução tremenda na banda, em primeiro lugar o companheirismo cresceu, e a amizade entre nós fortalece-se a cada dia. Em segundo lugar, a nossa forma de compor mudou, agora tudo é mais natural e ao mesmo tempo mais profundo, mais criativo, e mais estruturado e já existe uma maior adesão ao estilo Rock/Metal, não só devido à nossa banda mas também porque existem outras bandas a nível nacional a produzir boa música neste estilo. A evolução marcante com a divulgação foi a de que as pessoas gostam de projectos Falhados realmente. Já houve a tentativa de certos produtores de eventos "mudarem" o nosso estilo para que as pessoas nos aceitassem, mas, aconteceu o contrário. O público gosta de nós porque somos nós mesmos.
SdR – O vosso novo trabalho chama-se “Doce Traição”, como o definem?
Pf- “Doce Traição” foi um dos títulos mais sugestivos de entre as faixas musicais presentes no EP, o que o levou a escolhermos como título do mesmo. A faixa foi composta pensando num conflito emocional, algo que acontece frequentemente nas vidas das pessoas. A “Doce Traição” envolve claro duas pessoas que possuem um relacionamento amoroso, mas, tendo em conta as outras faixas levámos a "Traição" noutro nível, um nível mais social, como o que acontece na música "Falsos". Definimos o EP na base do que estávamos a sentir e tentamos mostrar um lado positivo e negativo em cada faixa, da forma mais artística possível.
SdR – Além da banda quais são os outros afazeres dos membros?
Pf- Bem, além da banda estamos a formar-nos e daqui a nada terminaremos a faculdade, apesar de o baixista já ter terminado o ano passado. Dois membros fazem Medicina e é difícil conciliar tudo às vezes. Também trabalhamos e gostamos de passar tempo de qualidade com amigos e família.
SdR – O que é mais importante na música pra vocês: compor, ensaiar, estar em espectáculos ou gravar em estúdio?
Pf- Para nós todas as actividades desenvolvidas pela banda são importantes, mas é claro, cada membro tem uma preferência. Para o baixista, o Djimy, o mais importante e ao mesmo tempo divertido são os espectáculos, ele gosta muito de interagir com o público e de palcos. Para o vocalista Edmilson digamos que, é o que gosta de tudo, em cada área tenta dar o melhor tanto compondo, ensaiando, estar em espectáculos e gravar. Já para o baterista, o Djouz, ele gosta das miúdas (risos). Brincadeira. Todos gostam. Ele gosta do lado de interacção da banda, gosta de ver os resultados das músicas nas pessoas, e ensaiar e compor também são áreas que lhe agradam.
SdR – Quais são os planos futuros da banda?
Pf- Divulgar a música dos PF que já estão disponíveis no mercado para o maior número de pessoas possíveis sempre foi um dos nossos objectivos e queremos fazê-lo de forma sistemática e organizada. Mais EPs, mais shows, mais álbuns, procurando sempre oferecer a melhor qualidade ao nosso público e acrescentar algo de novo nas suas vidas.
SdR - Como definem/acham a cena Rock/Hard-Rock em Angola?
Pf- Está em fase de crescimento, e actualmente há uma maior divulgação do género que anteriormente era pouco recebido. E há um aumento no número de bandas que vão surgindo.
SdR – A banda tem planeados alguns concertos fora de Angola, nomeadamente em Portugal?
Pf- Temos em mente participar em shows fora de Angola e com a nova parceria da banda com a Music In My Soul acreditamos que é uma porta aberta para futuros convites e é só uma questão de tempo. Estamos dispostos a interagir com o público português e também com artistas de outras praças e temos a certeza que será uma experiência extraordinária. O crescimento da banda é inevitável e Portugal terá sim a chance de apreciar os Projectos Falhados ao vivo.
SdR – Conhecem alguma Banda de Rock/Metal Portuguesa? O que acham da cena Rock/Metal em Portugal?
Pf- Sim, conhecemos e temos seguido o trabalho da banda Xutos e Pontapés, dos quais até já fizemos alguns covers, e identificamo-nos muito com o rock português visto que inclusivé algumas pessoas têm comentado a semelhança que há entre o estilo que apresentamos e o estilo das bandas portuguesas. Tendo em conta que o público angolano é bom consumidor do rock português e brasileiro, esperamos também que o público português se consiga identificar com a nossa música.
SdR – Para finalizar esta pequena entrevista queria a agradecer a vossa disponibilidade e pedir se querem deixar uma mensagem final?
PF- Agradecemos ao trabalho que a Music In My Soul tem feito em Portugal divulgando a música dos Projectos Falhados, e esperamos que futuramente se estabeleçam novas parcerias, visto que Projectos Falhados está se a tornar um elo de ligação musical entre Portugal e Angola pelo público amante de Rock e de boa música, e muitas coisas boas ainda estão por vir. Agradecemos ao Som do Rock pelo contributo que dão por intermédio desta entrevista na divulgação do nome e trabalho dos PF.
Um forte abraço ao público Português. Continuem a seguir-nos na nossa página do facebook: www.facebook.com/projectos.falhados e para interagirem com a banda basta enviar um email para: projectosfalhados@gmail.com ou edvirus2@gmail.com estamos abertos para interagir com vocês.
E aguardem pelos Projectos Falhados…
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